SITIO de MARIA ELENA SOFIA

MENINOS

CAUDA DE LEÃO E CABEÇA DE RATO.     
                                                                                        
Debuxos: Martín Charruff.



 
O leão tinha fome e estava por comer-se um rato. Não tinha outra coisa que devorar na savana e mais pra lá, estavam os elefantes que não eram muito amigáveis.
Os paquidermes obedeceram ao seu líder de nome Dante, um elefante gigante que era o rei entre todos os animais.
O leão nunca havia logrado vencer-lo, nem dar-lhe uma zarpada e nem sequer alguma vez lhe assustou.
O rato se viu acurralado pelo leão, e não teve mais que falar com ele.

–Senhor leão. Você já não é mais o rei? Como é que fica tão satisfeito e contente com uma coisinha pequena e pobre como eu? 
–Só por gosto... -Contestou o leão e deu um passo para o frente-.
Era um animal muito grande e sua longa melena chegava até o chão. O rato tremia das patinhas a cabeça, porem tinha que pensar rápido ou morreria.
–Você já não é o rei? -Insistiu o rato-.
–O sou. -Rugiu o leão olhando com a vista torcida ao elefante Dante que andava pertinho de ali, e muito tranqüilo.
–Dizem que não podes vencer-lo. É verdade?
–O que disse rato, bolinha de pelos? Você se viu? Tens tanto pelo como um gato. Que classe de rato é?
–Sou tipo inteligente. Você tem ouvido aquela frase popular que disse: Cauda de leão ou cabeça de rato? Pois usarei a minha cabeça agora.
–E eu usarei o teu corpo para satisfazer a minha fome! Arrrfff! -Rugiu o leão, impaciente-.
–Um momento! -Gritou o rato, levantando a mãos-.
O rato estava gordinho e tinha longos bigodes que pareciam agulhas pretas mais o leão, embora fosse pequeno, o apreciava muito gostoso.
–Que acontece agora? Embora fales e fales igual te comerei.
O rato não estava muito seguro mais tentou ao felino e lhe diz:
–Acho que me poso proteger no elefante.
–Queee??? Oh!!! Sim, sim, esta sim que é boa! E como o fará?
O leão soltou um sorriso... Ao rato, aquele monstro lhe pareceu um pouco mais faminto e respondeu-lhe ao segundo.


–Aposto a mina cabeça, o melhor todo o meu corpo, contra tua cauda. Aposta a tua cauda senhor leão? Eu correrei até o elefante Dante e o farei correr junto a seus coleguinhas como sim tiveram enxergado um fantasma.  Que me diz?
O leão muito seguro lhe respondeu ao rato:
–Está bem bolinha de pelos. O teu corpo por minha cauda. Parece-me justo. Posso postergar a minha comida uns minutos mais. O que vai fazer?
–Ok, trato feito seu leão.
De repente o rato chegou perto das patas dos elefantes e lhe gritou ao leão:
–Lembre-se da cabeça de rato…
–Sim, sim... Fala, grita… Eu te observarei desde aqui. -Mais o leão ficou muito chateado pela intrepidez do ratinho mais não falou mais nada e só olhava o que ia a fazer com os elefantes-.
O rato muito mais aliviado ficou longe do perigo. Quando se acercou a Dante, só teve que fazer barulho na palha como se fosse uma serpente chegando perto.
O rato sabia que os elefantes temiam as víboras, pois uma picadura na trompa podia ser mortal. Então o rato correu muito velozmente na palha até que Dante temeu que fosse uma serpente.
Zás!!! Ocorreu que todos os elefantes foram embora. A manada inteirinha fugiu após o seu líder fazendo que o chão tremesse.
O leão, de repente, não podia crer o que seus olhos enxergaram. Estava assombrado. Como havia logrado fugir de ele sendo dois bigodes e uma bola de pelos e tão pequenininho?
–Toma a minha cauda. Já a podes comer como se fosse um pedaço de queixo. Corta-a e leva-a longe de mim...
A raiva nos olhos do leão era muita e rugiu com grande intensidade.
–Não. Ela é tua...
O rato lhe respondeu desde longe, mais com o tempo se foi acercando. Por uns segundos houvesse pensado em fugir de ele, mais demonstrou que foi muito valente, assim que de a pouco, foi acercando o seu pequeno corpo ao enorme leão.
–Venha seu rato! Faça com ela o que quiser! Não a mereço. -Lamentou o intratável felino-.
–Mmm, não seria tão bonito sem ela. Ficaria muito feio sem a tua longa cauda e a mim não me serve para nada. É tua. Cuida de ela.
–Perdoa bola de pelos. Nunca más vou pensar de ninguém que por ser mais pequenininho é menos do que eu. Agora vejo que nunca pensei em fazer as coisas que improvisaste para salvar a tua vida. Agora sei que eu sendo maior e má, tenho possibilidades limitadas de fazer algumas coisas.
–Adeus, amigo leão. Lembra que me deves uma…
–Uma que?
–Una cauda.
O rato foi embora sem que o leão lembrasse que ainda tinha fome. A bolinha de pelos pela própria seguridade, temeu que se o tragasse e fugiu.
 


FIN
 
 
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